Inóspitas paisagens
Se desenrolam, insistentes,
Perante o meu olhar que deseja recusar-se a ver…
Mais bem miragens,
Ilusórias, incongruentes,
De uma rotina persistente
A rigor vestida de fantasia…
E no deserto árido da vida
Em que ela própria é porém o ser,
Nessa dor agudamente sentida
Desperto de novo,
Viçosa, fresca, renascida,
Num oásis verdejante de verdade,
Onde o nada é pleno saber
E a ilusão não tem guarida!
É aqui que quero ficar,
Insegura,
Talvez mesmo perdida,
Livre e despojada de amargura,
Porque assim insegura me reconheço,
Assim perdida me encontro,
Assim livre e despojada desvaneço
Num infinito rodopio sem conta nem medida.
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