Este vazio tão pleno
Que me queima por dentro
Dói tanto, tanto, tanto
Que tamanha dor nem chega a ferir!
É antes como se algo nascesse
A cada momento,
Como se algo novo e vivo florescesse
Sem qualquer premeditado intento,
Pronto a eclodir,
A servir de alento ao meu viver!
E de tão intensamente que o sinto
Não chego a saber
Se sou o que pressinto
Ou apenas aquilo que julgo compreender…
Tal como a flor do absinto
Com o seu sabor amargo,
Que se transforma em licor adocicado,
Assim eu, de um apagado e insípido estado de ser,
Me torno um rebento,
Pujante e renovado,
Que apenas esse insaciado vazio
Pode fazer crescer!
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