A cabeça não pensa. Não pensa que o seu prazer poderá ser a dor de outro, o seu capricho a desgraça de outro, o seu querer o sacrifício de outro. A cabeça não pensa no efeito das suas causas, na consequência dos seus actos, no resultado das suas extravagâncias.
A cabeça não pensa. Não pensa porque não sabe, mas está convencida que a sua ignorância é conhecimento. Está convencida que os seus actos, os seus disparates, as suas fantasias e imaginações são a realidade que sustenta a vida. Está convencida de que quem não é assim é aberração da natureza.
A cabeça não pensa. E de disparate em disparate, de fantasia em fantasia, de narcisismo em narcisismo a cabeça mirra, definha, seca, cristaliza. E o mundo mirra, definha, seca e cristaliza.
Se a cabeça pensasse…
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