Como se educa um povo? Ou melhor, será que se quer educar o povo? Por muito que a tente afastar, a imagem que deste povo logo me vem à mente é a de neandertais. Seguram ossos cuja carne em volta deglutem selvaticamente, e riem histéricos de outros, meros objectos de diversão, que se peleiam e retalham espichando o mesmo sangue que os incita.
Nada se pode fazer. Não enquanto existirem neandertais. Enquanto a mentalidade for sanguinária, violenta, nacionalista e básica. Não enquanto o enriquecimento cultural for feito por meio de jogos de futebol, novelas, casas dos segredos e pesos pesados, literatura de cordel e revistas cor-de-rosa. Enquanto tudo isto existir, nada vai mudar. Continuarão a fluir os palavrões. A ignorância propagar-se-á como erva daninha. Seguir-se-á o “Esfola” logo que alguém diga “Mata!”. O político que guiará este povo será o político que este povo merece. Será o político que dará ao povo o que o povo quer. O líder não é diferente do seguidor, e é por isso que o seguidor escolhe precisamente determinado líder.
Fico triste. Estou quase a desistir. Desistir de me fazer entender. Desistir de apresentar outros caminhos, outras possibilidades. Desistir de conversar para que se faça luz. Estou quase.
Também penso assim. Não vale a pena desgastarmo-nos. É trabalho para gerações. Resta aceitar que as pequenas vitórias que vão no sentido certo, podem não voltar atrás.
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