sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Reflexão VI

A vida é algo fantástico. E refiro-me a ela como “algo” porque, na realidade, eu não sei o que ela é. E também não importa. Não importa nada mesmo. Defini-la é uma impossibilidade. Ela é diferente a cada momento, tem atributos distintos a cada instante, mostra aspectos tão diversos a cada segundo que passa. E essa diversidade, essa multipluralidade, essa constante mutação das suas manifestações é precisamente o que lhe outorga aquela essência mágica e única que me fascina!
É apaixonante ver, sentir, experimentar as suas transformações constantes. Umas vezes é perturbadora, outras inquietante e surpreendente, outras deixa-nos totalmente embasbacados, e outras ainda é uma porta franqueada para o desconhecido ilimitado. Mostra-nos com uma subtileza impossível de descrever que é infinita e rica e mutável e sempre nova, sim, mas também que anda de mãos dadas com a simplicidade, com a inocência, com a verdade!
Mas nós não a deixamos acontecer! Em vez de seguir o seu ritmo, criamos o nosso. Em vez de caminhar na sua direcção, insistimos no sentido oposto, criando-lhe resistência, tentando moldar o imoldável.
Não usa o barco as correntes para chegar a bom porto? Não usa a semente o vento para se espraiar e reproduzir? Não sacia a terra a sua secura com a chuva e não aproveitam o sol as plantas para crescer?
Mas nós queremos o que ela não é! Queremos o que achamos que precisamos, queremos mil e uma coisas que são as causas da contradição, do conflito, do antagonismo, do caos.
Há que seguir-lhe a corrente, não tentar desviá-la. Há que viver ao seu sabor, não contrariá-la. Há que sorver em plena tranquilidade aquilo que ela nos oferece e fazer disso mesmo uma riqueza, a única riqueza.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Reflexão V

Passaram-se milhares de anos e continuamos sem ter aprendido nada! Década após década, era após era, cometemos os mesmos erros, praticamos as mesmas chacinas, pensamos da mesma maneira e enfrentamos a vida com a mesma ignorância e com a mesma estupidez!
Mudaram apenas os meios, agora bem mais sofisticados do quando partíamos a cabeça uns aos outros com uma tíbia de mamute ou quando nos trespassávamos uns aos outros com a lâmina das espadas que nos orgulhávamos de saber esgrimir… somos bem mais sofisticados hoje em dia por exemplo nos genocídios, porque antes, matávamos de um golpe só e agora matámos lenta e requintadamente cada vez que, pelo nosso desmesurado egoísmo, negamos aos nossos semelhantes as condições básicas e essenciais para uma vida digna… Nada aprendemos… como gado conduzido e apascentado, sem qualquer dúvida ou interrogação, aceitamos, seguimos, imitamos… e nascemos e morremos na mais perfeita ignorância, tendo apenas cumprido mais um ciclo estúpido e estéril, nada tendo compreendido, nada tendo criado…
Todos os dias somos iguais ao que sempre fomos no passado, e quando falamos de construir um futuro, são os mesmos padrões, os mesmos erros e a mesma ignorância que nele projectamos.
Porque é que ignoramos o que o nosso interior em silêncio nos grita? Não vemos porque não queremos ver, porque nos é mais confortável a conformação, a padronização. Contudo, temos em nós, inata, a semente da indagação, do questionamento, temos em nós o impulso e a energia que nos podem lançar na descoberta da verdadeira vida quando muito bem quisermos! Mas não queremos, obstinadamente menosprezamos e deliberadamente ignoramos aqueles pequenos e subtis sinais, quais vislumbres fugidios, que parecendo vir do nada, tentam despertar a alma com o aguilhão da dúvida! Temos em nós próprios, inequivocamente, a infinita imensidão de possibilidades que pululam na Vida em todas as suas vertentes!
Quando é que vamos querer aprender?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Reflexão IV

Quando olhamos à nossa volta, tudo o que vemos passa pelo crivo do nosso condicionamento! E mesmo que tenhamos um vislumbre, uma fugidia percepção do que está para além dessa visão condicionada, há uma força que nos impele a não querer ver mais do que aquilo a que estamos habituados. É a força do conformismo, aquele estado preguiçoso de deixar estar o que está, aquela indolência de pensamento que nos impede de perscrutar a realidade que se nos apresenta, aquela letargia que envolve a nossa vida num mundo egoistamente cruel e em franca decadência.
Demasiado condicionados para poder ver sem esforço, demasiado preguiçosos para empreender esse esforço, demasiado egoístas e comodistas para fazermos algo, para ir mais fundo do que as meras aparências, do que as simples percepções superficiais, optamos pela via mais fácil: a de nos mantermos exactamente como estamos, de olhos fechados, recusando-nos a ver!
Se é mais fácil continuar a viver dentro da ordem estabelecida, porque carga de água haveríamos de querer mudá-la? Se é mais cómodo aceitar sem reservas e sem questões o que outros tomaram como certo, porque haveríamos nós de os contrariar? Se é mais prático que nos digam o que fazer, o que sentir, o que pensar, porque haveríamos de ter trabalho a fazê-lo de moto próprio?
E é precisamente esta atitude de uma ignorante e estonteante inacção que vai agravando os males do mundo, que são, afinal, os nossos próprios males! Porque não mexemos uma palha para nos tornarmos seres humanos conscientes, sensatos e maduros, estamos a contribuir, com o nosso decidido, inequívoco e estúpido dolce far niente, para o gigantesco agravamento das condições desfavoráveis ao florescimento de uma humanidade responsável e inteligente.
Somos lestos em criticar, rápidos em condenar, ligeiros em ajuizar, ágeis em denegrir mas extremamente lentos em construir, vagarosos em discernir, pachorrentos e frouxos na única acção que poderia mudar o mundo: o intento profundamente sério de nos vermos a nós próprios tal como somos e de olhar para a realidade com os olhos do verdadeiro discernimento!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Reflexão III

Vejo toda a gente preocupada! Preocupada com dinheiro! Vejo muita gente preocupada porque não vai poder manter o nível de vida! Mas, que raio é isso do nível de vida?
As necessidades básicas do ser humano são bem poucas. Tão poucas que se tivéssemos verdadeira consciência delas, só esse facto seria o suficiente para mudar o mundo! Mas não, não é isso que acontece. O que realmente nos preocupa são as férias que não vamos poder fazer, as viagens que não vão passar de sonhos, os modelitos que não vamos poder comprar, o carro que não vamos poder trocar, o ginásio que não vamos poder frequentar ... Quanta tolice! Quanta imaturidade!
Onde quer que vamos, para onde quer que olhemos, o mundo é um imenso poço de egoísmo, de irracionalidade, de violência, de violação e perversão do viver natural e criativo.
Basta ver as notícias na TV ou ler um jornal ou uma revista e tudo o que se destaca é anti-natural, é uma agressão constante à vida no seu mais amplo e lato sentido! As armas materializam a violência e os instintos mais primitivos do homem; o ludíbrio, a mentira e a corrupção são cada vez mais considerados como necessários e até como legítimos para a sobrevivência nesta Terra caótica! Enquanto milhares morrem de fome a cada segundo que passa, a grande maioria das pessoas dedica-se ao consumismo exacerbado e ao culto de uma vida fútil recheada de coisas e atitudes que são um verdadeiro atentado à condição humana! Até as crianças são educadas para acreditar que a competição, a luta, a conquista, são nobres virtudes a cultivar cegamente!
E esta imensa desordem, este caos crescente, chega por vezes a atingir o apogeu do ridículo com requintes de crueldade e de indiferença: enquanto uns morrem de fome, outros participam em concursos para ver quem come mais empadas ou mais hambúrgueres e consegue entrar para o Guiness. Ou então deliciam-se em requintadas orgias gourmet. Enquanto uns dormem na rua, num qualquer miserável e sujo rincão, com cama de papelão e mantas de jornais, outros, de nariz empinado e atitudes cabotinas, fazem questão de alardear a sua superioridade só porque vivem em luxuosos condomínios fechados!
Socialmente, as convulsões fazem-se sentir cada vez mais e é cada vez maior o fosso entre aqueles que tudo têm e aqueles que mal conseguem sobreviver; economicamente, os ricos são cada vez mais ricos e os pobres aumentam de número em todos os cantos do mundo; politicamente, os lobbies, a corrupção e os interesses de uma pequena minoria avançam, implacáveis e imparáveis, sobre um mundo cego, sobre um mundo amedrontado, ignorante e todavia crédulo na poderosa e destrutiva máquina política!
E no dia-a-dia, sujeito a toda esta pressão, vergado sob o peso esmagador de uma estrutura social, política e económica perigosamente doentia e degradante, o homem vai ficando reduzido a um ser amorfo de actividade programada e controlada.
Queremos viver num mundo assim? Queremos ser autómatos, marionetes cujos fios são inexoravelmente controlados por mãos alheias? Ou queremos olhar à nossa volta, olhar para dentro de nós e tomar verdadeira consciência da vida no seu todo?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Reflexão II

Cada vez mais a conduta individual correcta é necessária. A ordem instituída, a directriz seguida pelo ser humano ao longo dos séculos, tem incitado o ser humano a comportamentos colectivos, a acções em massa. A imponderação, o culto da imitação, que se reflecte em todas as áreas da vida, impede o pensamento individual, a análise individual, o autoconhecimento. A tendência é a cópia. A padronização, a metodologia,  a sistematização ditam os comportamentos. Toda a educação, aliás, é dirigida para uma automatização insensível da vida.
As regras estabelecidas, as próprias leis, conduzem o ser humano por uma via inflexível, inerte, cristalizada que é em tudo diferente da própria vida. A vida é mudança, nasce nova e fresca a cada instante, e não é passível de classificação e regulamentação. Cada aspecto da vida, cada manifestação, cada mutação é única. Como se pode, pois, sujeitá-la a regulamentos? Como é possível ordená-la,  qualificá-la e dividi-la em grupos, em classes, em ordens? Nega-se-lhe a sua qualidade criativa quando assim se procede. E vida é criação.
Se analisarmos a história do homem, recuando tanto quanto é possível aos olhos da ciência, a única constatação possível é que o ser humano não aprende com as provações, com as experiências. Insiste imbecilmente nos mesmos erros cometidos há milhares de anos, e não fora pelo avanço tecnológico, que é apreciável, continuar-se-ia na barbárie de há milénios atrás. Não é pois o avanço tecnológico o factor primordial para retirar o homem do seu estado básico, primitivo e bárbaro. Só a tomada de consciência individual o poderá fazer.
Se antes se matava com pedras, com espadas e com canhões, hoje mata-se com armas sofisticadas, com bombas e mísseis cirurgicamente direccionados, com estratégias infalíveis e mortíferas mal-usando a tecnologia. Se antes se conquistava e se oprimia com a força bruta, hoje conquistam-se mercados, oprimem-se povos em nome da economia  e da tecnologia. Se antes a sede de poder se expressava na voz terrível da violência, hoje esquece-se a violência da competitividade e até se incute desde tenras idades.
Quando se aprenderá? Quando cessará o culto do egoísmo colectivo? Quando se tomará consciência, consciência individual, da cruel e malévola infância que o homem vive? Quando se compreenderá que a mudança individual é a única via? Existirá alguma vez a coragem, em cada indivíduo, de por si mesmo e sozinho,  pôr cobro ao comportamento irreflectido e robotizado que o tem conduzido? Alguma vez o ser humano almejará a maturidade? Alguma vez verá que a única evolução viável consiste na transformação qualitativa individual?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Rotina

Ao domingo são os passeios, as caminhadas e as corridinhas. Ou os centros comerciais ou as grandes superfícies. Ao jantar são as notícias. As notícias diárias que estimulam sentimentos e emoções e que as estagnadas massas cinzentas das massas absorvem intensamente. Há que alimentar com sandices e absurdos os cérebros ressequidos. Muito mais do que a comida esquecida e arrefecida no prato, há que tomar o alimento mental, a injecção diária de comportamento e conduta estereotipados, o comprimido da imitação. Depois do jantar o café, a troca habitual de larachas, a disputa rotineira e oca sobre futebol. E amanhã será igual, e depois de amanhã, e depois de depois de depois de amanhã. Não importa o hábito que se tenha, o costume que se siga, a rotina que se leve, a tradição que se cumpra, o país em que se viva.

Ah, como se compartimenta e se mata a vida. Como se vai tentando, dia após dia, fazer dela um ritual. Disto ou daquilo, não importa. Como se vai reduzindo o seu sempre novo conteúdo a uma classificação inerte, restringida, limitada, inútil. Pouco a pouco, pedaço a pedaço, vai-se assassinando a vida. Vai-se assassinando o tempo. E quando o tempo é já escasso e da vida viva já nada sobra, encontra-se o próprio nada. Vai então desejar-se preenchê-lo. De coisas vivas desta vez, de coisas desiguais, inclassificadas, não catalogadas, únicas no tempo e no espaço. Mas porque se desperdiçou o tempo, porque se matou a vida, sobrará, perene e insatisfeito, apenas esse desejo.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Reflexão I

A memória e a compreensão instantânea
Note-se que esta reflexão não é de todo um processo intelectual. O processo intelectual é um processo morto. Trata-se de uma reflexão viva que não usa os dados adquiridos, inertes e cristalizados que caracterizam o intelecto.
A memória é totalmente obsoleta no processo de compreensão instantânea.
Enquanto que todas as acções físicas, emocionais, sentimentais e mentais ficam impressas na memória e o seu registo pode ser consultado pelo exercício do esforço ou simplesmente porque uma circunstância interior ou exterior o despoletou, na compreensão instantânea o processo ocorre de uma forma muito diferente.
Imediatamente após a compreensão instantânea, que é um momento no presente, infinitamente curto mas imensamente poderoso, a sensação que se tem é que “algo aumentou e algo diminuiu”! A contradição é apenas aparente! “Algo aumentou” porque há a nítida sensação de uma consciência ampliada, há uma percepção de que o “espaço” da consciência ganhou amplitude, e “algo diminuiu” porque há, no mesmo instante, uma sensação de derrube de fronteiras, de bloqueios, há a percepção de um fluir mais livre da consciência e até do próprio pensamento, libertando-os do peso de obstáculos e outorgando-lhes maior liberdade.
Porém, o facto surpreendente é que, imediatamente após o processo acima descrito, e ao ser feito um esforço mental para recuperar os conteúdos daquela compreensão através da memória, descobrimos que eles não estão lá! Quaisquer que sejam os esforços empregues para reactivar e até dar continuidade àquela compreensão tão libertadora, o resultado é infrutífero: a memória não é definitivamente o fiel depositário da compreensão adquirida, do conhecimento adquirido! Esta é para mim a prova definitiva e irrefutável de que o verdadeiro conhecimento, a verdadeira compreensão, nunca foi e jamais será um processo intelectual!
Mas, então o que acontece àquilo que se compreendeu, àquilo que se conheceu, com tanta intensidade numa fracção tão ínfima de tempo? Porque não ficou registado na memória, perdeu-se? Não, de modo nenhum. O simples facto de se sentir nitidamente que a consciência foi ampliada constitui prova de que nada se perdeu! Esse conhecimento, essa compreensão, ficou registada, eternamente registada, a um nível cuja natureza (que não é física, não é material, não é mental) não é de todo semelhante à do processo intelectual e da memória; esse nível, chamemos-lhe assim à falta de uma palavra por enquanto melhor, não possui a característica individual que a memória possui, ou seja, eu sou capaz de recordar as minhas memórias mas não as dos meus semelhantes, o que significa que a memória é um reservatório separativo, individual, serve apenas os meus interesses. Ora, o nível da compreensão, do conhecimento, é completamente diferente: apesar de, tal como na memória, ficar registado, não é separativo mas intrinsecamente unificador! Os registos do conhecimento instantâneo podem ser acedidos e consultados, ao mesmo tempo, por todos os seres, em todos os lugares!
Concluindo, o processo de compreensão instantânea não é mais que, reunidas consciente ou inconscientemente as condições necessárias (e isto aqui é um processo demasiado exaustivo para o descrever agora!), um acesso ao depósito universal do conhecimento! Este acesso, ainda que parecendo individual, não o é! Na compreensão instantânea, não passa despercebida àquele que a tem, aquela qualidade de completude e totalidade, de abrangência e globalidade, em que o ego, a personalidade, a individualidade, não tem qualquer existência!
A memória é portanto o depósito individual, perecível dos conteúdos intelectuais e mentais e a compreensão instantânea é o acesso ao reservatório eterno, infinito e universal do conhecimento!

domingo, 3 de outubro de 2010

Outono

Entrou-me o Outono pela casa dentro. Insistentemente choveu nas janelas e ventou nos telhados. “Não te esqueças que eu também existo!” berrava ele nas rajadas de vento e nas bateladas de chuva.  “Previne-te, não queiras ser uma folha ainda verde arrancada prematuramente sem ter sequer chegado a amarelecer!” parecia dizer por entre as pausas da chuva e o breve serenar dos ventos.
E o meu coração ouviu-o. Ouviu-o e sentiu-o. Recordou os Outonos anteriores, preparações imprescindíveis para Invernos frios e letárgicos. Adormece a alma no Inverno. Prepara-se para isso no Outono. É preciso ficar em pousio. É preciso descansar da prodigalidade de Primavera e do tropel do Verão. É preciso morrer para voltar a nascer.
Segreda-me o Outono que devo deixar quieto o pensamento. Diz-me que devo esquecer  e deixar que o passado seja passado. Diz-me baixinho que me prepare, que cuide com carinho da chuva e do vento e do desconforto. Pede-me quase em sussurro que não me entristeça com o sol fraquinho do Inverno e com o quadro pardacento que ele pinta no mundo.
E eu obedeço-lhe. Todos os anos lhe obedeço. O seu ritmo é o meu ritmo, pois não sou eu filha da natureza? Então, aqueço a alma no alaranjado fim de tarde outonal, na luz rosada dos amanheceres já frios. E no Inverno remeto-me ao silêncio no sereno cinza plúmbeo que anuncia a tempestade antes da bonança.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eles

Sinto-os dolorosamente no coração:
Minha mãe, meu filho, meu irmão.
Mas logo de rompante, de supetão,
Espelho-me neles
E eles são o que sou e todos são...

E a dor que antes sentia
Só por eles, eles que me são,
Súbita na sua mutação,
É a dor de todos os seres,
Conheça-os eu ou não.

Mesmo que essa estranha sensação
Seja a pobre inspiração
D’uma poetisa insípida e desencontrada,
Perdida, desnorteada e quiçá iludida,
Sou, para além da dúvida o que eles são,
E eles, talvez mesmo sem que o saibam,
São o próprio latir do meu coração.
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