Quando já nada apetece
É porque a vida parece uma paisagem desolada,
A própria alma esmorece e o horizonte,
Cheio desse nada, nega a esperança de uma outra vida
Nova, mudada.
Quando já nada apetece
É porque a própria alma enfraquece o brilho
Das estrelas e, negando-se a ler nelas,
Fenece numa luz ténue desconsoladamente
Inerte, apagada.
Quando já nada apetece
É porque a vida não esquece a alma perdida
Que estremece perante o abismo da verdade e da mentira,
Alma essa que secretamente deseja ser uma nova
Fénix renascida.