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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sem Palavras


Poema Visual - Viktor Magalhães

     
      Quem me dera fazer um poema sem palavras
      Todo ele espaço e silêncio e infinito,
      Folhas brancas, luminosas, imaculadas
      Prontas a receber tudo quanto não é dito

      Quem me dera fazer um poema vivo
      Onde crescessem e se multiplicassem as ideias
      Onde a alma do mundo feita belo e grande rio
      Fosse a tinta que me corresse nas veias.

      Se fosse um poema eternamente por escrever
      Todo ele livre e leve como nuvens ao vento
      Sem fronteiras, sem limites, sem idade,

      Não seria o meu poema, seria o de todo o ser,
      Cadinho da vida, momento a momento,
      Tranquila alquimia no fluir da verdade!
 

Carinhosamente dedicado ao meu amigo Vítor!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Para lá de impostas fronteiras


Haven - Vladimir Kush

Há que ignorá-las e avançar. Avançar sem olhar para trás. Avançar, apesar de tudo. Caso contrário, é sério o risco de morrermos sem termos alguma vez vivido.
Sim, porque se a vida for simplesmente um palco encenado por tradições cujas origens desconhecemos, e que nem sequer curiosidade nos suscitam; se o cotidiano for apenas uma peça de teatro que se desenrola entre personagens apáticos e fleumáticos, escrita por desconhecidos que se ocultam nos bastidores; se o pensamento for tão só um espaço fechado, qual caverna de Platão, onde a plateia permanece num perímetro de segurança estrategicamente instalado, a salvo de ideias virgens, de extrapolações fantásticas e de tomadas de consciência; então, está-se morto para a vida!
Mas, como se ignoram os limites impostos, era após era, com a pérfida e egotista subtileza da malignidade imperante? Como se apagam os estigmas seculares marcados na mente, a ferro e fogo, pelos dogmas religiosos, pelas políticas simuladas, pelas mentiras convenientes? Como se desconstroem pensamentos e convicções, ideias pré-concebidas, ideais cristalizados, crenças e dogmas, leis e normas e regras que, na sua aparente universalidade, tão-somente servem desejos e situações elitistas e específicas?
Como? Transpondo fronteiras, eliminando obstáculos, questionando incontestabilidades, desmiuçando o que se toma como certo, esboroando até ao nada impedimentos gerais e pessoais, ignorando miragens e seduções. Começando de novo, sozinhos, por nós próprios, a partir do zero, porque tudo o que hoje temos é de lavra e pertença de outros. Levando a sério a coragem que nos inflama o coração sempre que sentimos, ainda que ao de leve, qualquer ínfimo fragmento da Verdade. Rumando em direcção ao desconhecido, tão despojados quanto pudermos, depois de haver enterrado o medo que sempre nos acompanhou antes de tomarmos posse e pulso da nossa própria vida.
Para lá de impostas fronteiras, de horizontes fictícios, existem vastidões inexploradas, imensidades à espera que delas tenhamos consciência. Para lá dos estigmas e dos pensamentos e conceitos estereotipados, existem, ao nosso inteiro dispor, possibilidades infinitas. Possibilidades de pensamento, de consciência, de criação.
Para lá de impostas fronteiras, longe de repetições e propagandas, na mais completa nudez de mente e alma, talvez encontremos a tão almejada resposta à mais fundamental das perguntas: Quem sou eu?

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