terça-feira, 22 de maio de 2012

Tantos a dormir e tão poucos despertos...

E será que queremos despertar?

Ou será que queremos continuar a pensar que somos livres, não passando porém de autómatos manipulados, possuídos, controlados?

De olhos completamente fechados, aceitamos passivamente viver nas masmorras douradas do sistema, nas garras implacáveis de uma civilização aberrante!




Fonte: http://www.crackinfilms.com/

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sabe que...

Pintura surrealista de Ricardo Fernandez Ortega (nascido em Durango, México, em 1971)

Se me perco na bruma do nada,
se estremeço no anseio de horizontes invisíveis,
se os imagino e preencho de tudo e de coisa nenhuma
p’ra lhes sentir a realidade, a função,
sabe que não é por capricho, nem luxo nem devaneio;
apenas procuro adivinhar-lhes com os olhos da carne
na imensidade que os da alma contemplam, o propósito
que lhes supõe o coração…

E se me perco na noite escura,
se aos tropeços apalpo ilusões informes,
se lhes pego com mão insegura e as cinjo contra o peito
p’ra lhes encurtar a lonjura, a vastidão,
sabe que não é por cegueira, nem sandice nem loucura;
apenas procuro olhá-las com a verdade da alma
e encontrar-lhes a mentira que encarcera a minha vida
nesta infinda solidão…

E se pareço distante, ausente,
se prefiro o silêncio e os pensamentos mudos,
se os albergo e nutro à minha única e absurda maneira
p’ra olhá-los de frente, saber o que são,
sabe que não é por soberba, nem vaidade nem parvoeira;
apenas procuro conhecer-lhes o sentido, e neles busco a causa
do desassossego,  do vazio, do medo; da vida, afinal,
a derradeira razão…

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